Trata-se da oitava vitória consecutiva do candidato, a caminho das primárias cruciais que se desenrolarão no estado de Nova York, a 19 de Abril próximo, lembra a CNN.
Bernie Sanders ultrapassou Hillary Clinton também no assunto de donativos de campanha: a candidata alcançou até agora 75 milhões de dólares, e Sanders 109 milhões, graças aos pequenos doadores. Apesar da crescente onda positiva do senador do Vermont nas primárias, e das críticas entre os dois candidatos democratas estarem a subir de tom, com as sucessivas vitórias do senador, a equipa de Clinton acredita que será ela a escolhida pelo Partido Democrata para disputar as eleições à presidência do país: “Este é exactamente o tipo de disputa que ele precisava para nos eliminar. Não só ele não o conseguiu como apenas elegeu dois delegados, se tanto”, declarou um ajudante da campanha de Clinton à CNN. “Quando chegarmos à Califórnia, apenas vamos precisar ficar no limite para ganhar. Ele até pode conquistar 85% dos votos e estaremos bem”, acrescentou outro membro da equipa.
Republicanos reúnem-se no Colorado, Ted Cruz com vitória expressiva
Do lado republicano, a convenção do partido no estado do Colorado foi favorável a Ted Cruz, senador do Texas e directo rival de Donald Trump. O jornal Denver Post revela que Cruz elegeu 34 delegados, num volte-face que causou surpresa a muitos e acrescenta incerteza a uma disputa já de si renhida, a da nomeação pelo Partido Republicano para concorrer à Casa Branca. “As pessoas estão a acordar e a ajuda está a caminho”, declarou o candidato republicano, que apelou à unidade no caminho para a nomeação, acrescentando estar a preparar-se “para uma batalha” na convenção do seu partido em Cleveland, contra Donald Trump, para “ver quem conquista a maioria dos delegados”.
Sobre o empresário, que faltou ao encontro no estado do Colorado, Cruz não poupou Trump: “ele tinha medo. Sabia que não ia sair-se bem. não lida bem com a derrota”, ironizou.
Trump admite “problema” com o Twitter
Donald Trump (republicano), admite que o seu uso muito frequente da rede social Twitter, onde já manifestou opiniões polémicas, é um “problema” para a campanha. Joyce Kaufman, comunicadora e apoiante de Trump, sugeriu que o candidato deveria fechar a conta que tem naquela rede social.
Ben Carson, antigo rival de Trump que desistiu da corrida em Março e agora também apoia Trump, acredita que o empresário admite esse problema e que isso é um primeiro passo.
A CNN lembra que Trump há pouco tempo admitiu que a publicação de uma fotografia pouco abonatória de Heidi Cruz, esposa de Ted Cruz, seu mais directo rival, foi um “erro” – pelo qual foi muito criticado. Outros erros incluem incluir no Twitter uma citação de Benito Mussolini, ditador italiano, e declarações de grupos extremistas de supremacia branca.
Ben Carson, neurocirurgião, tem tentado ajudar Donald Trump a conquistar o número necessário de delegados para obter a nomeação pelo Partido Republicano, viajando para vários estados.
Bernie Sanders: candidato democrata faz campanha em Brooklyn
Num “regresso às raízes” (o senador do Vermont cresceu naquele bairro de Nova York), Bernie Sanders, o candidato democrata à nomeação pelo seu partido para concorrer à Casa Branca, e rival de Hillary Clinton, fez campanha esta sexta-feira em Brooklyn.
O New York Times relata que o senador discursou perante apoiantes em frente ao apartamento onde viveu com seus pais enquanto criança, no âmbito das primárias de 19 de Abril que decorrerão no estado da Big Apple. No seu discurso, fez questão de insistir no tópico do homem que regressa ao local onde cresceu, com referências ao dia-a-dia do bairro, criticou Wall Street e pediu o voto dos eleitores; porém, o entusiasmo foi menor que o esperado, uma vez que para muitos habitantes, o senador era uma novidade e não um antigo residente.
Farida Lazareva, uma imigrante russa entrevistada pelo New York Times, não se mostrou fã de Sanders: “Detesto-o!”, numa alusão ao facto do senador ser apontado como socialista. Tendo passado por tempos difíceis sob o regime soviético (a habitante, nascida em Moscovo, recorda-se de esperar três horas numa fila de ajuda alimentar para conseguir um pacote de leite), assegurou que “se vivessem sob o domínio dos socialistas, iam odiá-los, também. Fazem com que toda a gente seja pobre”.
Mesmo o facto do projecto político de Sanders (que se intitula como socialista democrata) ser diferente do sistema económico da antiga URSS, Lazareva não se deixa convencer pelas suas palavras e acredita que, se Sanders for presidente, “toda a gente vai ser pobre e passar fome”. Em contrapartida, Tom Weaver, estudante de 18 anos e apoiante de Sanders, tem uma visão mais optimista das propostas do candidato: “é poderoso termos uma palavra a dizer”, confessa, acrescentando que “não importa onde crescemos, só as crenças que temos e a moral que possuímos”, sublinha o jovem.